Entenda o Processo de Adoção: Tipos de Adoção e Etapas do processo

Adoção

Adoção é uma palavra que costuma despertar muita emoção. Talvez você já tenha pensado sobre isso ou até se perguntado como funciona todo o processo. 

Falar sobre adoção é falar de acolhimento, de construção de vínculos e de novas histórias que se cruzam.

Entenda qual é o conceito de adoção

Antes de mais nada, o que significa adoção? De forma simples, é quando uma pessoa ou um casal assume, de maneira legal e definitiva, a posição de mãe, pai ou responsável de uma criança ou adolescente que não pode permanecer com sua família de origem. É uma nova configuração familiar, construída com muito cuidado e responsabilidade.

Mas, além da parte emocional, existe todo um processo formal para garantir que essa nova relação seja segura e protegida. A adoção é um compromisso afetivo e permanente.

E uma coisa importante: não existe uma “família perfeita” para adotar. Existe a família que decide abrir espaço, tempo e vida para receber alguém. A legislação sobre adoção no Brasil é regida principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei nº 8.069/1990)

Saiba quais são os tipos de adoção

Quando se fala em adoção, muita gente imagina apenas um único caminho. Mas existem várias possibilidades, cada uma com suas especificidades. Conhecer cada tipo ajuda a entender melhor qual cenário se encaixa em cada realidade familiar.

Adoção Unilateral

A adoção unilateral acontece quando apenas um dos cônjuges, parceiros ou companheiros adota o filho biológico do outro. Esse formato é mais comum em famílias reconstituídas, quando a criança cria laços fortes com o padrasto ou a madrasta e a adoção se torna o passo natural na construção daquela família. É uma forma de formalizar um vínculo que muitas vezes já existe.

Adoção Bilateral

A adoção bilateral é aquela em que ambos os adotantes não têm vínculo biológico com a criança. É o tipo mais conhecido e também o mais procurado. Nesse caso, a criança passa a fazer parte oficialmente daquela nova família, com todos os direitos e responsabilidades correspondentes. 

Adoção Internacional

A adoção internacional é quando pessoas ou casais que moram fora do país adotam uma criança brasileira. Esse tipo de adoção acontece em casos específicos, geralmente quando a criança tem mais dificuldade de encontrar uma família dentro do Brasil. É um processo mais longo e mais rigoroso, porque envolve legislações e verificações adicionais. Mas, no fim, o objetivo é o mesmo: garantir que a criança encontre um lar seguro.

Adoção de Maior de 18 Anos

Muita gente nem sabe que isso existe, mas sim: adultos também podem ser adotados. A adoção de maiores de 18 anos acontece quando há um vínculo afetivo já consolidado, e a adoção serve para formalizar uma relação que faz sentido para todos. É menos burocrática que a adoção de crianças e adolescentes, mas ainda assim precisa seguir algumas etapas formais.

Adoção Intuitu Personae

A adoção intuitu personae ocorre quando já existe um elo afetivo entre adotante e adotado antes do processo começar. Pode ser o caso de uma criança criada por um familiar próximo, uma pessoa que já cuida dela há anos ou algum vínculo previamente estabelecido. Apesar dessa ligação, a lei exige cuidados e avaliações para garantir que a adoção realmente atende ao melhor interesse da criança.

Adoção de Criança Indígena

A adoção de crianças indígenas seguem regras especiais, sempre considerando a proteção da cultura e da identidade daquele povo.

A prioridade é que a criança permaneça dentro de seu grupo indígena, e só em casos excepcionais ela pode ser adotada por pessoas de fora da comunidade. É um cuidado para preservar raízes e tradições.

Etapas do processo de adoção

Adoção de bebê

Agora que você já sabe os principais tipos de adoção, é hora de entender o caminho até que ela se concretize. Existe um passo a passo que todo adotante precisa seguir, e cada etapa tem sua importância. A adoção é uma jornada que exige paciência, entrega e muita clareza emocional.

Tomar decisão

A primeira etapa é decidir. Parece óbvio, mas essa decisão precisa ser madura, pensada e compartilhada, principalmente se for tomada por um casal. Você está pronto para assumir essa responsabilidade? Está disposto a lidar com desafios, dúvidas e adaptações?

A adoção exige disposição para acolher alguém que pode ter passado por situações difíceis, e que vai precisar de tempo para se sentir seguro.

Documentação

Depois de tomar a decisão, chega o momento burocrático: reunir documentos. Aqui entram comprovantes pessoais, atestados de saúde, comprovantes de renda e outros papéis que o sistema pede. Não é nada impossível, mas requer organização e atenção. Essa etapa existe para garantir que a criança seja acolhida em um ambiente estável.

Dar entrada

Com tudo pronto, é hora de dar entrada no processo no Fórum da sua cidade. Você entrega os documentos, preenche os formulários e oficializa sua intenção de seguir com a adoção. É a partir daqui que o caminho começa oficialmente.

Participar de curso e avaliação

O curso preparatório é obrigatório e extremamente importante. Ele esclarece dúvidas, apresenta cenários reais e prepara emocionalmente quem deseja adotar. Além disso, há entrevistas e visitas domiciliares feitas por psicólogos e assistentes sociais. Isso não é para pegar ninguém de surpresa, mas para garantir que todos estejam prontos para a experiência.

Obter certificado de habilitação

Depois de passar por todas as análises, você recebe o certificado de habilitação. É como um sinal verde: você está apto a adotar. Seu perfil é registrado no sistema e começa a etapa de espera. Essa fase pode ser rápida ou demorada, dependendo das características da criança que você está disposto a acolher.

Encontrar a criança

Esse é o momento mais emocionante. A equipe técnica faz o cruzamento de perfis para encontrar uma criança que se encaixe no que você está preparado para oferecer. Cada encontro pode ser único.

Realizar a ação de adoção

Depois da convivência inicial, chega a etapa formal: a decisão judicial. O juiz analisa relatórios, avalia a adaptação e, se tudo estiver bem, determina a adoção definitiva. É aqui que o vínculo se torna oficial.