Adjudicação: Como Funciona o Processo, Tipos e Condições Para Solicitar

adjudicação

A adjudicação pode até parecer um termo distante para quem nunca precisou lidar com processos de bens, dívidas ou disputas, mas ela aparece em mais situações do que você imagina. 

Já pensou em como fica o destino de um imóvel quando alguém não paga uma dívida? Ou como um bem pode mudar de dono sem precisar de um leilão? É aí que a adjudicação entra como uma alternativa mais direta, prática e, muitas vezes, menos demorada.

Leia também: O que é Herança: Quem tem Direito, Como Funciona, Tipos e Desafios

Descubra o que é adjudicação

A adjudicação é, basicamente, a transferência de um bem para alguém que tem direito sobre ele, sem a necessidade de comprar esse bem em um processo tradicional. 

Em vez de esperar por um leilão ou venda pública, a pessoa interessada pode requerer que o bem seja passado diretamente para seu nome. Essa modalidade aparece muito em cenários em que existe uma dívida não paga, e o credor precisa de alguma forma garantir o recebimento.

Imagina que alguém tenha um imóvel penhorado por conta de uma dívida. Em vez de passar pelo processo de venda para terceiros, o próprio credor pode pedir a adjudicação daquele bem, assumindo a propriedade de forma mais rápida. É uma solução prática que evita etapas demoradas e resolve impasses que poderiam se arrastar.

Saiba como funciona o processo de adjudicação

O funcionamento da adjudicação depende do tipo de processo, mas a ideia central é sempre a mesma: alguém com direito legal solicita que um bem seja transferido diretamente para si. No procedimento judicial, isso ocorre dentro de uma ação já existente, geralmente ligada à execução de dívida. O juiz analisa o pedido, verifica se todas as condições foram cumpridas e, se estiver tudo certo, determina que o bem passe para o requerente.

Pode ser que você se pergunte se isso é algo rápido. A resposta varia. No Judiciário, há etapas obrigatórias, como notificações, avaliações e prazos, mas ainda assim costuma ser mais ágil do que esperar um leilão. Já no caminho extrajudicial, a dinâmica tende a ser mais simples, o que atrai quem busca resolver a situação sem tantos trâmites.

Outro ponto importante é que o bem precisa ser passível de transferência. Por exemplo, se houver disputa sobre propriedade, pendências de registro ou questões de inventário não resolvidas, tudo isso pode travar o andamento do pedido. Por isso, embora não seja um processo complicado, exige atenção.

Adjudicação no Novo CPC

Com o Novo Código de Processo Civil, a adjudicação ganhou procedimentos mais claros e diretos, ajudando credores que precisam recuperar valores de forma mais eficiente. O CPC atual incentiva soluções menos burocráticas e determina regras mais objetivas para avaliação de bens, prazos e ordem de preferência.

A principal mudança está na forma como o bem pode ser adjudicado antes mesmo de ser levado a leilão. Antes, era comum que o credor precisasse esperar todas as tentativas de venda. Agora, ele pode solicitar a adjudicação em fases anteriores, desde que respeitados os valores de avaliação e as formalidades legais. Isso traz mais previsibilidade e evita perda de tempo.

Outra vantagem trazida pelo Novo CPC é a possibilidade de outros interessados, como coproprietários, terem preferência no pedido. Assim, quando um bem entra em disputa, quem já tem vínculo com ele passa a ter mais facilidade para recuperá-lo.

Importante: Guarda Compartilhada: Significado, tipos de guarda, regras [Guia]

Entenda quais são os tipos de adjudicação

Adjudicação compulsória

Quando falamos de adjudicação, é importante saber que ela pode acontecer de duas formas principais. Embora a essência seja a mesma, cada tipo tem suas regras e particularidades, e entender isso ajuda a evitar confusões na hora de iniciar um processo.

Adjudicação judicial

A adjudicação judicial é feita dentro de um processo que já tramita no Judiciário. Geralmente aparece em ações de execução, quando existe uma dívida reconhecida e o bem do devedor foi penhorado. O credor faz o pedido formal ao juiz e, caso esteja tudo em ordem, recebe o direito de transferir o imóvel ou outro bem para seu nome.

Esse tipo de adjudicação precisa seguir prazos, avaliações e notificações obrigatórias, garantindo que não exista prejuízo para a parte que está perdendo o bem. Mesmo assim, tende a ser um procedimento mais rápido que um leilão, porque não depende da participação de terceiros para a compra.

Adjudicação extrajudicial

Já a adjudicação extrajudicial ocorre diretamente em cartório, sem a necessidade de um processo judicial. Esse formato ganhou força porque reduz a burocracia e agiliza a regularização de bens, especialmente em casos de imóveis em que não há conflito entre as partes.

Para isso, todos os documentos exigidos precisam estar corretos, e não pode haver disputas sobre a propriedade. O cartório analisa a documentação, confere se os requisitos legais foram atendidos e, se estiver tudo certo, providencia a transferência. É uma opção mais leve e rápida, ideal para quem busca resolver pendências sem esperar a Justiça.

Veja quem tem direito a requerer a adjudicação

O direito à adjudicação varia conforme o contexto, mas, de forma geral, quem pode solicitar são os credores, herdeiros, coproprietários ou pessoas diretamente interessadas no bem. No caso de execuções, por exemplo, o credor é quem tem prioridade, já que a adjudicação é uma forma de recebimento do valor devido.

Se houver mais de um credor disputando o mesmo bem, aplica-se uma ordem de preferência definida por lei. Já em situações fora do ambiente judicial, como acordos entre familiares ou regularizações de herança, podem pedir adjudicação aqueles que comprovarem interesse legítimo e direito sobre o bem.

Confira quais são as condições para solicitar uma adjudicação

Para que a adjudicação seja aprovada, é preciso atender a algumas condições básicas. O bem deve estar devidamente identificado, avaliado e livre de impedimentos que inviabilizem a transferência. Além disso, quem faz o pedido precisa ter legitimidade comprovada, ou seja, deve demonstrar que realmente tem um direito sobre o bem.

No âmbito judicial, também é necessário que o bem esteja penhorado ou vinculado ao processo, e que o valor da adjudicação respeite a avaliação determinada. O juiz só aprova o pedido quando todas essas etapas estão claras.

Já no extrajudicial, o cartório verifica documentos, certidões e eventuais pendências que possam atrapalhar a transferência. Mesmo sendo um procedimento mais simples, exige atenção para não gerar problemas futuros.

Descubra o que é adjudicação compulsória

A adjudicação compulsória é um tipo de adjudicação usada principalmente quando há um contrato de compra e venda que não foi concluído corretamente. Sabe quando alguém compra um imóvel, paga tudo certinho, mas o vendedor não faz a transferência oficial no cartório? Nesse caso, o comprador pode exigir que o bem seja passado para seu nome, mesmo sem a assinatura do vendedor.

É chamada de compulsória justamente porque força o cumprimento da obrigação. É uma forma de proteger quem já cumpriu sua parte no acordo e evitar prejuízos maiores. Com esse pedido, o imóvel é finalmente regularizado, permitindo ao comprador vender, financiar ou usar o bem como desejar.